Dominatrix, Biggs, TPM, Hidra, Pin Ups, Lava, Anti-Corpos, Hats, Hitch Lizard e Las Dirces são apenas algumas, entre as muitas bandas que efervesceram a cena punk brasileira desde os anos 90. Entretanto, suas histórias permanecem apagadas de todos os livros e filmes históricos sobre o período. Essa foi a inspiração para o documentário Faça Você Mesma, um registro inédito de mulheres e garotas que fizeram a cena musical.

O longa-metragem investiga os desdobramentos do movimento punk feminista Riot Grrrl brasileiro a partir da trajetória de mulheres que foram e são atuantes na cena de São Paulo, desde a década de 1990. O filme, que tem a direção de Letícia Marques e é produzido por Patrícia Saltara, tem sua equipe majoritariamente formada por mulheres. Com 50% das imagens captadas, elas lançam agora uma campanha de financiamento coletivo para poderem terminar as gravações ainda em 2017.

“Nós somos produtoras de conteúdo audiovisual e nos unimos para fazer este filme, pois estas histórias também são as nossas histórias. Contamos com o trabalho voluntário de muitas mulheres da cena nesta primeira etapa das gravações, mas agora precisamos de apoio para terminar de produzir esse registro de um movimento que revolucionou toda uma geração de garotas a serem protagonistas de suas próprias vidas”, afirma Letícia Marques, diretora.

“Desde que conheci outras mulheres que tocavam em bandas e estavam construindo uma cena inspirada no movimento Riot Grrrl, a minha vida mudou. Fiquei mais confiante, aprendi a tocar diversos instrumentos, e fiz parte de uma rede de mulheres envolvidas com a música e com a arte, onde podíamos contar com o apoio umas das outras. Acho de extrema importância contar essas histórias, para que elas não fiquem apagadas, como tantas outras histórias que envolvem mulheres”, completa Patrícia Saltara, produtora do documentário.

Sobre o filme

Faça Você Mesma começou a ser produzido em 2016, e já conta com 21 entrevistas com mulheres que foram protagonistas da cena punk brasileira em São Paulo e em Santos, além do trabalho de recuperação de imagens de arquivo de diferentes épocas. A campanha de financiamento coletivo foi lançada com o objetivo de concluir as gravações do documentário ainda em 2017, e lançá-lo em festivais de cinema e circuitos alternativos em 2018.

As contribuições para a produção do filme podem ser feitas pelo site Catarse, com valores a partir de R$ 20. Para conhecer mais sobre este trabalho e saber como colaborar, acesse a página da campanha no Catarse ou acompanhe as redes sociais do filme (Instagram e Facebook).