Assim como acontece no Brasil, diversos países da América Latina enfrentam problemas com a distribuição de seus filmes. O maior desafio é competir com produções comerciais e blockbusters, principalmente hollywoodianos, que dominam as salas de cinema. Ainda que no Brasil exista a obrigação legal imposta às exibidoras, que devem incluir longas-metragens brasileiros em sua programação, a lei muitas vezes é desrespeitada ou burlada.

Como forma de contribuir com a difusão e distribuição do cinema latino-americano, a plataforma digital Retina Latina disponibiliza gratuitamente filmes que ficam de fora do circuito comercial e não têm a chance de chegar em audiências de países vizinhos. Oferecendo um espaço que traz um panorama da diversidade da produção cinematográfica latino-americana, a plataforma disponibiliza, além de filmes, resenhas, críticas e entrevistas com profissionais.

Em 2017, a Retina Latina foi reconhecida pela UNESCO como um projeto pioneiro de fortalecimento e consolidação do mercado cinematográfico e cultural latino-americano. O espaço digital é gratuito para os cidadãos da América Latina e Caribe, sendo 8% do catálogo disponibilizado sem restrições a nível mundial.

Catálogo de filmes

O acervo é categorizado por tempo de duração, gênero, país de produção e em mostras. Em 2020, a plataforma ampliou seu alcance com o lançamento de apps de streaming disponíveis na App Store e Google Play. Devido à pandemia da Covid-19, o espaço também passou a hospedar edições online de festivais de cinema, como o Ciclo de Cine Indígena, que acontece até 31 de janeiro.

O projeto é desenvolvido em parceria a seis entidades cinematográficas da região: Agencia del Desarrollo del Cine y Audiovisuales Bolivianos (Adecine), Instituto de Cine y Creación Audiovisual del Ecuador (ICCA), Dirección del Audiovisual, la Fonografía y los Nuevos Medios del Ministerio de Cultura del Perú, Instituto Mexicano de Cinematografía de México (IMCINE), Dirección del Cine y Audiovisual Nacional del Uruguay (ICAU) e a Dirección de Cinematografía del Ministerio de Cultura de Colombia.

Em 2013, o Brasil foi convidado para participar do projeto, mas, segundo a Ancine, optou por não participar devido aos custos de investimento. Apesar disso, é possível assistir a duas coproduções brasileiras na Retina Latina: o longa Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira, e o curta Égun – Os Mistérios do Mar, de Helder Quiroga. Atualmente o Brasil integra a Pantalla CACI, plataforma gratuita de distribuição de produções ibero-americanas, mas restrita a instituições de ensino e cineclubes.

Assista aos filmes disponibilizados na plataforma da Retina Latina no site retinalatina.org.