O Assiste Brasil publica todos os meses recomendações de filmes brasileiros e latino-americanos disponíveis para assistir em serviços de streaming (gratuitos e pagos). Os apoiadores do site recebem indicações extras no Correio de Cinema, newsletter mensal que também está disponível para assinatura no Revue.

Esta seleção não propõe catalogar estreias nas plataformas digitais, mas sim destacar produções do Brasil e América Latina para incluir na programação do mês e diversificar a lista de filmes. Para acompanhar novas publicações, ative as notificações no navegador, inscreva-se em nossa lista de e-mails e acompanhe nosso Twitter. Confira a seguir a seleção de filmes brasileiros para assistir no streaming em junho.

Apiyemiyekî?

Ana Vaz, 2020 | Documentário, Experimental | 27 min | MUBI

Sobreposições de imagens e experimentações com material de arquivo são potencializados por um apurado trabalho de som que nos move para um espaço-tempo intermediário, entre passado e presente. Explorando ausências, vazios e silêncios, a diretora reinscreve os desenhos expressivos dos sobreviventes Waimiri-Atroari que denunciam o genocídio cometido contra seu povo durante a ditadura. Com o encontro com o “homem civilizado”, perguntam: “apiyemiyekî?” (“por quê?”). Exibido em sete festivais internacionais, entre eles Berlin, Rotterdan e Cinéma du Réel.

Greta

Armando Praça, 2019 | Drama | 1h37 | #EmCasaComSesc (gratuito até 26/06)

Marco Nanini, nossa estrela de telas e palcos, interpreta o septuagenário Pedro, que lida com perdas, ganhos e descobertas de si. É impossível ficar apático diante da potência que é ver Nanini em atuação, em planos preenchidos por seu rosto e corpo. Armando Praça tem consciência de quem é seu ator-personagem, e sabe também que nele estão inscritos personagens indissociáveis da memória popular (ao menos para espectadores brasileiros). Com isso ele desconstrói e complexifica a apresentação de um corpo que pensávamos ser íntimos – até revelar-se Greta.

Leona Vingativa

Clara Soria, Hugo Resende, 2019 | Documentário | 28 min | Spcine/Looke (gratuito)

Desde criança Leona afirma e reivindica sua expressão no mundo digital (e real). Antes das redes sociais e da internet se tornarem o que conhecemos hoje, a artista paraense já dava as caras na websérie amadora Leona, A Assassina Vingativa, catalogada pela Cinemateca Paraense. O curta documental de Clara Soria e Hugo Resende reconstitui a trajetória artista de Leona na internet e para além dela. Para complementar a sessão, indico outro curta-metragem: Leona Assassina Vingativa 4 – Atrack em Paris, do coletivo pernambucano Deslumbramento.

Nome de Batismo – Alice

Tila Chitunda, 2017 | Documentário | 25 min | Spcine/Looke (gratuito)

A documentarista Tila Chitunda, única filha brasileira de uma família angolana que encontrou refúgio no Brasil, investiga memórias e identidades afrodiaspóricas numa série de curtas documentais. Nome de Batismo – Alice é o segundo deles (depois de FotogrÁFRICA e antes de Nome de batismo – Frances) e foi vencedor do Festival É Tudo Verdade 2018. Neste curta, a diretora viaja pela primeira vez a Angola em busca da história de seu nome, suas origens e, consequentemente, de si.