Após manifestos divulgados em nome da classe audiovisual, O Ministério da Cultura decidiu voltar atrás na decisão de exonerar cinco funcionários da Cinemateca Brasileira. Entre os que serão reconduzidos aos seus cargos está a coordenadora-geral, Olga Futemma, e outros quatro integrantes da equipe técnica.

Em nota, o MinC emitiu neste sábado (30) um comunicado sobre a decisão. “Servidora de carreira aposentada, Olga possui mais de 30 anos de serviços prestados ao ministério, tendo se destacado na gestão deste imprescindível órgão de preservação da memória de nosso audiovisual”, justifica.

Quanto aos demais integrantes da cúpula, o ministério justifica no texto que voltarão aos cargos por se tratarem de técnicos que ocupam funções específicas “para as quais não seriam encontrados substitutos nos quadros do MinC”.

“A atual gestão do MinC reafirma seu compromisso com a Cinemateca, e, em conjunto com seu Conselho, trabalhará com no sentido de fortalecer sua missão institucional e seu lastro material”, conclui o comunicado.

Manifestos

Na semana em que foi publicada a exoneração dos 81 funcionários da Cinemateca Brasileira e Oswaldo Massaini Filho nomeado novo diretor, dois manifestos foram divulgados pela classe do audiovisual, além de uma carta aberta ao ministro interino da Cultura Marcelo Calero. Um deles contava com mais 2 mil assinaturas, incluindo a da escritora Lygia Fagundes Telles, viúva de Paulo Emílio Salles Gomes, fundador da Cinemateca.

Oswaldo Massaini Filho, que havia sido anunciado como novo diretor da Cinemateca, é réu em um processo de estelionato. Massaini trabalhava na corretora de valores SLW, que pertencia a Márcia Goldschmidt. O advogado disse que Márcia investiu cerca de R$ 200 mil na corretora entre 2001 e 2002, mas afirma que o dinheiro “evaporou”. Pelo crime, ele pode ser condenado por até cinco anos de reclusão, além de multa.

Olga assumiu a coordenação-geral da Cinemateca em 2015 e trabalhou para recuperação da instituição. Ela é funcionária de carreira, tendo se dedicado à Cinemateca desde 1984, onde se aposentou em 2013. O Manifesto pela Cinemateca Brasileira ressaltou que seu sucessor anunciado “não é servidor público, nem atua no campo da cultura [especificamente] audiovisual. Pela primeira vez, a indicação de um coordenador-geral não partiu do Conselho Curador, violando prática adotada nos últimos 30 anos pelos sucessivos governos”. Leia os manifestos na íntegra.